Num fim de tarde, de num dia normal, estava eu empolgado para dar início a uma sessão de regressão a vidas passadas. Não fazia sessões há algum tempo mas por insistência do Jaimito concordei.
Jaimito era um homem com meia-idade que estava a procura de respostas para seu viver, com uma fisionomia visivelmente cansada pela melancolia que sobrevoava a sua paz deixava transparecer uma cara leve, madura e reservada.
Já no meio da sessão Jaimito regressa até um tempo onde ele viveu numa montanha, era próxima a uma cidade pequena, parecia ser um local sagrado onde os habitantes da pequena cidade iam fazer a sua contemplações, oferendas e pedidos, dando ao local uma atmosfera (egrégora) sagrada.
Jaimito começa a descrever a cena que revivia.
– Observo um casal jovem, de vestes simples a subir a montanha, vem felizes e com reverencia para pedir protecção da sua união, consigo ver o amor nos olhos de cada um, sentimento que transcende aquele local simples.
Olho mais adiante e sinto o desespero a aproximar-se com a força do apego, ele vai se materializando na forma de uma mãe ofegante e cansada da escalada árdua. Esta mãe não aguentou ver o seu filho a minguar a cada dia que passava. De tanto sofrer deixou o seu filho moribundo leito e foi até a montanha procurar a salvação do seu pequeno.
No meio da multidão vem uma família misturada entre as 3 gerações, o patriarca da família dá a mão ao neto enquanto os seus filhos vem com as esposas, primos e sobrinhos vem oferecer flores impregnadas de perfume como forma de mostrar o seu afecto e acima de tudo a sua gratidão pela vida que tinham.
O Jaime diz de forma calma, eu sou a presença na montanha, eu sou o espírito da montanha, as oferendas e os pedidos são para mim. Ajudo a quem precisa mas não posso sair daqui da montanha porque estou preso, esta experiência era para ser vivida desta forma sem corpo físico porque precisava aprender.
Aprender? Sempre tive certezas que o plano físico era a única forma de aprendizado e de experiência evolutiva. Senti-me surpreso e até sem chão por uns momentos mas percebi que vivemos num universo de dimensões e esta é uma dos milhares.
Mudaram-se de novo os paradigmas, percebo agora que a forma física não é a única viver e evoluir.
Termino a sessão de regressão com a nítida impressão que pouco sabemos o que somos e que a nossa consciência se manifesta de varias formas usando vários veículos.
As portas das dimensões espirituais estão a nossa frente… Cada um de nós é a chave da sua porta, a porta somos nós.
Guiz
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