Tenho lido artigos e mesmo ouvido pessoas a dizerem que “é preciso Coragem para Ser Diferente”.
Sim, é verdade. Contudo, penso que mais do que Ser Diferente, é preciso Coragem para Ser Autêntico!
Durante muito tempo, senti-me “Diferente” e naturalmente, senti tudo o que se sente quando se é considerado “Diferente” pelos outros: hostilidade, estranheza, comentários caricatos, enfim.
Ainda hoje sinto isso tudo, a diferença é que, antes, eu não sabia como lidar com isso e facilmente me deixava afectar pela hostilidade dos outros. Hoje em dia, embora o meu ego fique afectado, já não me deixo afectar tanto.
Com o passar do tempo, fui sentindo que, mais do Ser Diferente, eu estava era a ser Autêntica comigo mesma e realmente, todos os dias sinto o quão corajosa deve ser uma pessoa, quando quer Ser Autêntica, num mundo em que a massa de pessoas ainda vive de aparências e constrói a sua identidade de acordo com o que “os outros” estabelecem ser o ideal.
Algumas situações em que corajosamente tento Ser Autêntica e sofro alguma hostilidade ou má interpretação do meu comportamento:
- Não sigo Modas – nunca segui, seja em termos de roupas, ou das últimas tendências de comportamento! Sempre tive um estilo casual/informal de vestir e de ser e é o estilo com que me sinto bem. Roupa sofisticada, saltos altos, bolsas de marca, maquilhagem, unhas pintadas, realmente não fazem o meu estilo. Grandes etiquetas, protocolos e estilismos também não fazem o meu género;
- Situações de festas e comemorações: está todo mundo muito animado, com grandes bebidas, a falar alto – geralmente não bebo, não porque não goste, mas porque não me faz muito bem e não tento forçar o meu corpo a algo que sei que o irá prejudicar. Sou sim animada, danço e canto, mas também adoro estar num canto a conversar com alguém mais tranquilamente;
- Conversa de grupo de amigas/conhecidas – geralmente é comum que a conversa inclua sempre falar/fofocar sobre alguém, sobre o cabelo, sobre os maridos/namorados, sobre novelas, sobre unhas e bolsas. Geralmente, embora já tenha aprendido a não criticar, não consigo ficar muito tempo neste tipo de conversa e acabo eventualmente por me afastar discretamente;
- “Tens de ser mais aberta, mais extrovertida!” – Pessoalmente sempre fui mais do tipo introvertido. Não sou muito de falar de mim, nem de contar sobre as minhas frustrações, desafios, relação amorosa, etc. Não porque não tenha desafios e frustrações, ou porque tenha medo ou receio de falar, mas porque realmente, a maior parte das vezes não sinto necessidade de fazê-lo e porque prefiro sempre enfatizar coisas positivas. Sou muito reservada quanto à minha vida privada e mesmo nas redes sociais, pouco falo sobre ela, pois não sinto necessidade. Sou muito criticada por isso, mas não consigo nem pretendo ser de outra forma! Penso que talvez eu tenha uma forma diferente de lidar com estas coisas e que, em mim, quase tudo se processe e se resolva no meu interior, sem muita necessidade de exteriorizar. No entanto, há vezes em que, se sinto que preciso de falar, aí falo;
- “Estás tão sozinha! Estás triste? Estás deprimida?” – muitas vezes sinto a necessidade de estar comigo mesma e de usufruir da minha companhia e quando calha isto acontecer em locais públicos, a estranheza surge logo: “mas porque estás tão sozinha?”. Já não tento dar muitas explicações, de nada vale, pois cada pessoa interpreta as coisas como melhor lhe convém.
Enfim estas são algumas das situações com as quais me deparo, no dia a dia.
Não julgo quem pensa de forma diferente da minha, pois tenho consciência de que cada um é como é e que, da mesma forma que quero ser respeitada na minha forma de ser e de estar, também tenho de respeitar a forma de ser e de estar dos outros.
O que me faz confusão é muitas vezes constatar que muita gente vive à deriva e que vai na onda da maioria, sem nunca se perguntar o porquê daquilo ter de ser assim ou sem nunca se perguntar se podia ou se devia fazer diferente.
Ser Autêntico requer, acima de tudo, que a gente se conheça, se aceite e saiba conviver connosco mesmos, com os nossos limites, com a nossa parte boa e com a menos boa. E quanto mais nos conhecermos e nos aceitarmos, menos a opinião dos outros será importante. Por isso digo sempre: o Auto-Conhecimento é a base de tudo!
Como bem dizia Bob Marley:
Abraço Indiko
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