(Foto: unsplash.com)
Nos últimos tempos, tenho vindo a seguir com especial interesse o escalar da tensão na península coreana, e tenho tentado perceber como dois Seres Humanos conseguem desvalorizar a vida de mais de 350 milhões de pessoas, isto considerando que a tensão e o possível confronto seja somente entre os Estados Unidos da América (EUA) e a Coreia do Norte. Se considerarmos as alianças da China, Coreia do Sul e Japão o número é ainda mais preocupante, e alarmante! E pergunto-me: com que direito ?
Se considerarmos a frase de Herbert Alexandre Galdino Pereira que refere que “… a essência da vida de todos os seres humanos consiste em buscar a felicidade e que isto só é possível através da bondade, da caridade e do amor”, e comparando a um Mundo em constante angústia, egoísmo, maldade, conflito, cheio de interesses e de preconceito em que vivemos, faz-me questionar…
Quem somos nós? Quem é o Homem? Qual é a nossa verdadeira essência? Qual é a diferença que existe entre cada um de nós e um catador de lixo, uma celebridade, um membro da ISIL, ou qualquer outro Ser Humano que está localizado em qualquer canto do Mundo?
Será que a teoria que menciona que a natureza humana define-se pela racionalidade é real? Considerando que um animal chamado de irracional tenha atitudes mais “humanas” que o próprio humano?
Se a humanidade é definida pela bondade, capacidade de agir correctamente, ser coerente, saber respeitar o outro e o Mundo ao seu redor, podemos concluir que estamos perante um processo de desumanização, auto-destruição e de irracionalização da nossa espécie.
Ao colocarmos estas reflexões sobre o prisma do conflito mencionado, talvez iremos encontrar as respostas, que estão muito além de serem as mais óbvias como, os norte-americanos terem ajudado a dividir a Península Coreana aquando da 2ª Guerra Mundial, as sanções económicas contra Pyongyang por quase 50 anos, ou a expansão do programa nuclear da Coreia do Norte.
Estas reflexões têm o seu contributo, contudo se considerarmos que nos habituamos em demasia a procurar respostas para os nossos problemas fora de nós mesmos e que esquecemo-nos primeiro de olhar para dentro, talvez tenhamos a outra parte da resposta.
Olhando para os principais intervenientes deste conflito, encontramos traços comuns de toxicidade: egocentrismo, manipulação, sentido de interesse, arrogância, rancor, inveja, que directa ou indirectamente acabam persuadindo aqueles que os rodeiam a agir por sua influência.
São verdadeiros vampiros, seres que vivem na escuridão, que sugam a energia de todos ao seu redor. A diferença entre estes e aqueles que estão numa constante jornada de auto-conhecimento e de espiritualidade, é que enquanto a satisfação destes últimos é a completude, a harmonia, o abraçar e acarinhar a sua essência, a dos primeiros é a do falso sentido de Poder, de bem estar, de realização e de conquista.
Ao passo que os primeiros exteriorizam a sua ostentação de riqueza e “bonita ornamentação” e por dentro vivem um enorme vazio existencial, sem essência, sem luz, sem terem para onde olhar, os últimos encontram a sua plenitude, na satisfação do seu “Eu”, da sua constante jornada de evolução espiritual e paz interior, com o constante sentimento de gratidão.
Quem somos nós? Qual a nossa essência? Que Mundo egoísta é este que brinca com vidas humanas como se de um jogo de Playstation se tratasse? Que necessidade é esta de expôr milhões de pessoas a um sentimento de angústia e incertezas acerca das suas vidas?
Estamos num processo de auto-destruição do que somos, de cada um do nosso “Eu” e o processo de resgate tem uma pré-condição: a verdadeira luz do nosso querer, do querer evoluir, do querer ser melhor, do querer ser mais, do querer contribuir mais, do querer “pedir socorro”, do querer não pertencer à igualdade que vai sendo gerada da irracionalização e da desevolução.
Gostaria de ter respostas para estas perguntas, mas temo que talvez isso seja uma utopia, porque se antes tínhamos respostas para o que éramos como humanidade, hoje estas, não são mais válidas.
Temos de reaprender a conviver, a amar, a entender os valores morais e éticos. Temos que reaprender a nossa essência, porque essa depende somente de cada um de nós.
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