Nestes tempos de grande tensão no ar, em que entrar em conflito com as pessoas com quem nos relacionamos, no dia-a-dia, está sempre inerente, é necessário que tenhamos muita cautela com as nossas emoções e acções, para que não destruamos a nossa própria saúde e a saúde dos nossos relacionamentos.
Abaixo, vejam algumas dicas da terapeuta de relacionamentos Dra. Sheri Jacobson.
Meça as suas emoções
Antes de iniciar uma discussão, é fundamental que verifique o seu estado interno. Examine como está a sentir-se emocionalmente, numa escala de um a dez: 1 significando estado sereno e 10 absolutamente furioso.
Se estiver acima de 7,5, nem sequer pense em entrar numa discussão. Quando fica com raiva, o seu corpo transmite sintomas físicos. Você regride para um estado mais “animal”, porque os seus neurônios não são acionados com rapidez suficiente para uma área do cérebro chamada amígdala, responsável pelo processamento das nossas emoções.
Neste ponto, você já não é capaz de desenvolver um pensamento racional e adequado e entra num primitivo estado de “luta ou fuga”. Neste estado, o seu corpo ou se prepara para qualquer luta, seja ela física ou verbal, ou para fugir em busca de abrigo (nenhuma das opções é boa, certo?).
Você vai notar sintomas físicos como aumento da frequência cardíaca, suor nas palmas das mãos, temperatura elevada, tensão e pensamentos violentos. Quando se sentir assim, pare, afaste-se e reflicta sobre a razão porque está tão aborrecido(a).
Respire
Respirar é uma das principais funções vitais do nosso organismo. É também uma das melhores formas de mudarmos o nosso estado vibracional e voltarmos a estar calmos e serenos. Quando se sentir tenso ou nervoso, faça uma pequena pausa para tentar respirar lenta e profundamente: isso ajuda a enviar sinais ao cérebro de que você não se encontra numa situação perigosa. O seu sistema nervoso vai começar a comportar-se normalmente após alguns instantes e será capaz de avaliar a sua situação de forma mais objetiva e racional.
Analise se as coisas são realmente tão más quanto pensa
Às vezes, uma simples forma de terapia comportamental cognitiva pode ser útil: observe o que está a deixar-lhe com raiva, pense sobre o porquê de isso lhe ter incomodado e tente avaliar se a situação é realmente tão ruim quanto você pensa que é. Acredite, muitas vezes não é.
Foque-se na sua meta
Quando finalmente decidir entrar na discussão ou conflito, certifique-se de que vai entrar com a atitude correta: o objetivo é ficar bem e ser feliz e não tanto estar certo. Você deve querer efectivamente resolver a situação, não apenas competir ou entrar numa discussão inútil com a outra pessoa.
Atenção à linguagem
Qual o objetivo do conflito? Você quer um pedido de desculpas ou uma mudança de comportamento, por exemplo? Defina o que você espera, para usar a linguagem apropriada – verbal e física – para deixar os seus desejos ou queixas bem claros. No calor do momento, coisas desnecessárias são ditas e mesmo quem tem razão acaba por perdê-la. Tente não confundir o propósito da discussão, para não diminuir qualquer chance de resolução.
Tente ser suave
É quase impossível fingir que você não está com raiva ou chateado quando está, mas tente não manter uma postura defensiva e agressiva. Não cruze os braços ou gesticule muito descontroladamente. Se possível, sente-se em frente à pessoa com quem está a discutir, e, se for o seu parceiro ou alguém com quem tenha intimidade, tente tocá-lo. Lembre-se que o propósito do conflito é a resolução do mesmo e que ambos os lados saiam tão felizes quanto possível. Isso significará compromisso, e o poder do toque vai demonstrar isso.
Oiça
Mais importante do que falar é ouvir. Você deve mostrar a outra pessoa que você está disposto e é capaz de ouvir os dois lados da história. Na verdade, ouvir os dois lados pode até mesmo ajudar a contextualizar os seus próprios sentimentos, tornando mais fácil entender por que você ficou chateado em primeiro lugar. Mas quando começar a falar, tenha cautela. Argumentos não são jogos de culpa: a sua chance de falar sobre as suas emoções não deve ser uma chance de “crucificar” ou implicar com alguém.
Seja positivo
Em vez de dizer a alguém o que ele fez de errado e como isso lhe fez mal, centre a discussão em si mesmo e traga exemplos positivos de comportamento para ajudar a transmitir o seu ponto de vista.
Em relacionamentos amoroso, por exemplo, em vez de dizer “Esqueceste-te do meu aniversário e isso deixou-me aborrecida”, diga “Senti-me triste por teres esquecido o meu aniversário, porque costumas ser sempre tão atencioso”. Não diga “odeio que saias todos os dias”, mas sim “fico feliz quando ficas comigo”, e assim por diante.
Isto imediatamente torna o tom da conversa menos agressivo, limita a extensão da culpa colocada sobre essa pessoa e torna mais fácil para ela entender porque você está infeliz.
Pense no futuro
Tente não relembrar erros ou conflitos passados ao expressar o que sente. A pessoa com quem está a ter o conflito simplesmente ficará demasiado consciente de delitos passados mas nem ela, nem você poderão fazer algo para mudá-los. O passado passou, agora o importante é seguir em frente. Concentre-se no aqui e agora, ou não haverá resolução nem reconciliação.
Há força na fraqueza
Admitir uma fraqueza ou um erro é uma força definitiva e em muitos casos constitui a chave para acabar com a disputa ou briga.
Fonte: http://bit.ly/1BPpVtw
Se todo o resto falhar, procure ajuda. Pode ser muito fácil entrar num ciclo interminável de divergências. Se acha que precisa de uma terceira pessoa para “arbitrar” as conversas, existem mesmo aqui em Maputo alguns terapeutas que podem ajudar nestas situações. Podem consultar o Directorio para obterem mais informações sobre os terapeutas em Maputo.
Lembrem-se sempre da vossa Meta. Lembrem-se sempre do que estão aqui a fazer. Somos todos guerreiros sim, mas Guerreiros da Paz!
Abraço de Luz
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